quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Vizinho...


Ginger Rogers & Douglas Fairbanks, Jr.

Lá vem o carro, passa por mim... Que felicidade! Finalmente, vou poder encontrá-lo, quem sabe na entrada do hall! Apresso o passo, quase correndo agora, para “ajustar a hora" do encontro “casual". Quando subo a escada, ele vem logo atrás, percebo que ele também apressa o passo - não sei o porquê, mas invés de puxar o “freio de mão”, “acelero”- Aí, entro no meu apartamento, bato a porta e penso: que burra!

Dias azuis para todos!

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Breve

Foto: Luna

Decisões, vontades e caminhos muitas vezes nos remetem à consequências revertidas em bobagens infinitas. E nessa circunstância, quanto mais se tenta justificar, mais se abre um precedente pra prolongar um assunto que se resume apenas a quem escolheu tomar tal atitude. Portanto, neste caso, é aconselhável ficar no dito-pelo-não-dito.

Dias azuis para todos!

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Amor-platônico.com

Foto: http://www.olhares.com - O beijo dos Cisnes

Meu amor é platônico sim! No auge dos meus 33 anos, com uma experiência de cinco anos de um casamento (fracassado), dois filhos pequenos, responsabilidades, desafios, sonhos...
Mas esse acontecimento aparentemente infantil é necessário a minha alma nesse momento. É benéfico, é saudável. Percebo isso porque esse amor está me fazendo descobrir coisas que não conhecia a meu respeito - ansiedade, por exemplo: tornou-se secundário questionar se um dia vou encontrá-lo pessoalmente. E daí? Vivo eu mesma esse amor porque isso alimenta a minha alma. Eu o tenho desenhado em meu coração, com virtude, qualidades e defeitos.
Não, ele não é um príncipe encantado que se dissipa quando acaba o conto das estórias infantis. Ele é um homem de carne e osso e reside longe de minha realidade, das minhas vontades, dos meus desejos...
O sentimento de amizade que tenho por ele, independe do sentimento amor-platônico que sinto. Ficaria amiga dele pelo resto da vida! Por isso tenho pura satisfação em conversar com ele, mesmo que, virtualmente, sem ficar babando no que ele diz, ou fazendo figa, pra que ele ponha uma foto virtual... E quando ele se despede, não fico com meu coração partido, abalado, lamentando profundamente, porque esse sentimento é inerente a despedidas, à distância. Eu sinto! A mim, basta saber que ele existe!
Dias azuis para todos!

domingo, 21 de outubro de 2007

Mudança de Plano


Foto: http://www.olhares.com - A rosa

Era quinta-feira de um ano que ficou pra trás.
E naquela madrugada fria e silenciosa, carregava comigo minha bagagem, meus filhos, minha esperança – a pouca esperança que eu tinha naquele momento, e as incertezas diante daquele novo desafio que a vida acabara de me propor.
De imediato, eu precisava chegar ao aeroporto e embarcar rumo a uma nova vida, o mais breve possível. No carro, ia apenas observando a cidade nua. Imediatamente, tudo naquela pequena e angustiante cidade ficava pra traz. O sopro do vento em direção ao meu rosto tornava minha pele gélida e paralisada.
Finalmente estava sentada com meus filhos, nas poltronas 2/A e 2/B, respectivamente. O comandante dava as boas-vindas à tripulação, e a aeromoça realizava com eficácia os procedimentos de segurança. Confesso tê-la olhado com indiferença. Estava concentrada em mim naquele momento. Lembro-me apenas de que fomos informados que a temperatura-destino era de 28ºC. Pouco me importava a quantos graus “andava” aquele fatídico amanhecer! O que de fato observei foram as nuvens. Elas tinham um formato de um tapete estendido à espera de alguém (que agora caminhara só) para por ele poder pisar, caminhar e triunfar!
O sol nascia lindo, ainda que tímido! E ali nascia também uma nova esperança. Até que uma senhora – não afeiçoada ao sol saudável daquela manhã – interrompeu meu único prazer naquele instante: o prazer de ver o contorno que a luz do sol fazia na janela ao lado dela, do lado esquerdo da aeronave, e a fechou.
Minha respiração era ofegante, porém, o tempo todo tentava mantê-la no seu curso normal.
Desembarquei. Um sorriso “amarelo” me esperava no saguão do aeroporto, tentando tornar-se alegre, frustrou-se ainda mais ao se encontrar com o meu sorriso. Dados os cumprimentos, fomos pra casa. Eu estava exausta, exaurida, mas isso não era maior que o meu esgotamento emocional.
Durante algum tempo, dissequei todas as minhas forças, emoções e raciocínio. Tentava incessantemente, inutilmente assimilar a puxada de tapete que a vida me dera. Aquele que também deixei pra trás não era o mesmo homem que um dia escreveu: “Esse amor é meu e jamais o destruirei.” Definitivamente não era!
Já tinha ouvido falar que a vida é madrasta quando quer e, assim, sendo, quando não aprendessêmos por nós mesmos, ela nos ensinaria de forma cruel, como fazem as madrastas más.
Alternava dentro de mim, um momento de dor, outro de descontração. Mas tudo ainda muito fresco na minha cabeça como um peixe que acabara de sair do aquário e estava perdidamente procurando ar para sobreviver.
Minha cabeça dava mil voltas, mas prometi a mim mesma que lutaria bravamente; sabia que não seria fácil e que teria alguns momentos de fraqueza. Mesmo assim, carregava dentro de mim a certeza da volta por cima!

Dias azuis para todos!